sábado, 17 de outubro de 2009

Parque pode ficarsem sapadores por falta de verba

ANA PEIXOTO FERNANDES(jn)


De 12 mil euros por brigada em 2007, a ajuda do PNPG passou este ano para cinco mil euros. As estruturas representativas dos baldios foram, anteontem, surpreendidas com essa redução e prenunciam o possível fim das equipas de sapadores, até porque algumas haverão que já não recebem há vários meses.
"Há dois anos, o parque deu-nos 12 mil euros para ajuda às brigadas de sapadores florestais,n o ano passado só nos deu oito mil e prometeu que não baixaria de 10 mil euros. Este ano, estávamos a contar com esses 10 mil, mas fomos ontem (anteontem) assinar um protocolo de cinco mil", declarou ao JN, o comparte e autarca de Soajo (Arcos de Valdevez), Manuel Barreiras da Costa, preconizando que "há muitas brigadas que estão em vias de acabar, porque se não fosse com alguns ajustes que a câmara municipal nos faz para limpezas, por exemplo, nós não lhes poderíamos pagar".
Barreiras da Costa acrescenta ainda que, de entre os conselhos directivos de baldios presentes numa reunião tida anteontem com a direcção do Parque Nacional da Peneda-Gerês para assinatura do referido acordo de concessão de apoios, "há quem não pague há três, quatro e cinco meses aos sapadores". "Nós, felizmente (no Soajo), estamos em dia, mas se nos cortam as verbas vamos ter de acabar com essas equipas", avisa.
Cada brigada custará, segundo o autarca, em média, "60 a 62 mil euros" por ano aos conselhos directivos de baldios, que até agora faziam face à despesa, essencialmente, com verbas concedidas pelo Fundo Florestal (35 mil euros por equipa) e pelo PNPG. O autarca do Soajo afirma que o protocolo anteontem firmado será valido até final do mês, havendo, ainda, a possibilidade de ser complementado com um reforço de verbas, mas sem qualquer certeza. "O director do parque diz que a culpa não é dele e que não nos pode prometer coisas que não dependem dele, visto que a tutela pode não dar mais dinheiro", conclui.
Os apoios do Parque Nacional da Peneda Gerês aos sapadores florestais que actuam no seu território sofreram um corte de mais 50% nos últimos dois anos, o que, segundo os compartes dos baldios, estará a pôr em causa a sua continuidade.