segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

ENTREVISTA CARLOS MEIRA

ENTREVISTA


"Recentemente nomeado coordenador distrital de Viana do Castelo, falou-nos da JP e da sua região. Carlos Meira, que diz faltarem referências na política, tem-se tornado uma por terras minhotas"

Que significado a nomeação para coordenador distrital de Viana do Castelo teve para ti e quais as responsabilidades que tens encontrado no desempenho dessa função?

Foi para mim uma enorme honra ter sido nomeado coordenador distrital de V.Castelo, uma enorme honra e sobretudo uma tremenda responsabilidade. Na política, tal como na vida, trabalho com base em objectivos e metas, e os objectivos que tracei com a minha equipa são de facto ambiciosos. Propusemo-nos a pôr a JP no mapa da política distrital, mas o objectivo principal é, de facto, fazer com que a JP cresça no Distrito em número de militantes, esse é o principal objectivo. Depois desse crescimento outros objectivos surgirão. Obviamente que temos metas traçadas, que a seu tempo revelaremos.

Como encontraste a JP no teu distrito? Quais foram os primeiros desafios e dificuldades?

A JP, no Distrito, com todo o respeito pelos meus antecessores e agora companheiros de luta, era praticamente inexistente, em termos de militantes, em termos de estruturas, em termos de voz.

Hoje em dia, e num prazo temporal muito curto, podemos dizer, e refiro, podemos, porque somos uma equipa a trabalhar e não só o Carlos, que a JP começa a ser uma voz viva no Distrito, e sobretudo no Concelho de Viana, como se viu agora com o Referendo que ocorreu em Viana.

A cidade de Viana é uma cidade historicamente com fortes ligações à esquerda, pelo que não foram fáceis os primeiros tempos, onde outras juventudes partidárias já estão há muito no terreno.

No entanto, podemos afirmar com segurança que a JP tem vida no Distrito,tem vida, e está a crescer, os resultados falarão por si. Somos uma equipa de acção e de poucas palavras.

Entre eventos, iniciativas e conquistas, como têm sido os primeiros tempos?

Tempos de muito trabalho, mas tempos fantásticos, e concerteza inesqueciveis.

Em termos de organização interna, que passos têm dado e que passos darão para desenvolver a estrutura da JP e disseminar a sua mensagem no distrito?

Estamos a tentar dinamizar ao máximo as estruturas concelhias, e a dar a conhecer a JP junto das instituiçoes escolares com vista a que os jovens conheçam a nossa mensagem em defesa do Minho e dos jovens alto-minhotos.

A relação directa e próxima com os jovens é uma marca típica da JP. Quais os problemas dos jovens do distrito com quem tens contactado?

Inúmeros , mas os problemas sentem-se sobretudo ao nível da falta do 1.º emprego. O Alto Minho é uma das regiões mais atrasadas da UE. Continuamos a ser vitímas do centralismo , doença que continua por erradicar em Portugal. Vivemos num país perfeitamente assimétrico, onde Lisboa se confunde com Portugal. O país não é só constituído por Lisboa,com muito respeito pela cidade de Lisboa, onde tenho familia e muitos amigos.

Enquanto essa assimetria existir, o país não vai evoluir. A juventude do alto minho vê-se obrigada a emigrar para a zona de Lisboa e Vale do Tejo, sob pena de cair no desemprego, ora isto trás atrás de si problemas variadissimos, como a desertificação das outras regiões. Sobre o tema aliás,sugiro a leitura das duas obras do Prof. de Coimbra, Prof. Dr. Manuel Lopes Porto.

Advinha-se um ano de muito trabalho em termos políticos, com três eleições à porta. Que papel se prepara a JP de Viana para desempenhar, muito em particular nas eleições autárquicas?

A JP vai naturalmente ter uma voz activa nas três eleições que se avizinham. Não temos medo do trabalho.O nosso papel nas autarquicas está dependente dos cenários que se vierem a traçar num futuro próximo.

II

Há uns tempos, o Presidente da República mostrou-se "impressionado" porque, segundo ele, os jovens não mostram interesse pela política. Achas que Cavaco Silva estava certo?

Certissimo. Senti imenso isso nos tempos que vivi em Barcelona, embora Barcelona e a Catalunha sejam um caso muito especifíco. Tenho familía espanhola e de facto em Espanha( a minha avó paterna era espanhola)p.ex. as questões politicas, e a intervenção cívica têm mais visibilidade do que no nosso país.

Qual te parece ser a melhor forma de cativar os jovens para a política?

Estou convencido que esse alheamento dos jovens em relação à politica, deve-se sobretudo à falta de exemplo dos mais velhos. O meu irmão mais velho costuma dizer-me , a mim que sou o mais novo, que " a antiguidade é um posto, mas um posto de exemplo"...e hoje em dia faltam grandes referências na Politica. São muito poucos os bons politicos, e os exemplos a seguir, mas creio que é nessa minoria que devemos depositar a nossa atenção e seguir os seus passos.

Que importância as juventude políticas em geral devem ter nesse processo?

Devem saber captar os jovens e mostrar que a politica pode ser muito bonita, e que as pessoas honestas também podem ter um lugar na política. A defesa da causa pública, a defesa da nossa região, dos interesses dos mais jovens, sem estar á caça de lugares, tachos, mordomias.

E a Juventude Popular em particular?

A JP deve ter uma papel especial. Costumo dizer que somos democratas-cristãos, temos uma doutrina a seguir,não uma ideologia, devemos pautar a nossa actuação com base nela.