terça-feira, 29 de setembro de 2009


Cavaco Silva:

"FORAM ULTRAPASSADOS OS LIMITES DO TOLERÁVEL E DA DECÊNCIA"

20h31m

Na declaração ao país feita hoje, terça-feira, o Presidente da República disse ter sido "forçado" a revelar a leitura que fez sobre declarações feitas por membros do PS, acusando-os de o tentar colar ao PSD.

Cavaco diz-se "surpreendido" com declarações de "destacadas personalidades do partido do Governo exigindo ao Presidente da República que interrompesse as férias e viesse falar sobre a participação de membros da sua casa civil na elaboração do programa do PSD", facto que, segundo o presidente, era mentira".

Os objectivos destas declarações eram, continua Cavaco, "puxar o Presidente para a luta político-partidária, encostando-o ao PSD apesar de todos saberem que eu, pela minha maneira de ser, sou particularmente rigoroso na isenção em relação a todas as forças partidárias" e "desviar as atenções do debate eleitoral das questões que realmente preocupavam os cidadãos".

" Presidente da República não cede a pressões nem se deixa condicionar, seja por quem for", declarou.

Referindo-se à publicação no Diário de Notícias de um e-mail ("velho de 17 meses", afirmou o presidente), de um jornalista do Público que dava conta das preocupações de Fernando Lima, assessor de Cavaco, com uma alegada vigilância do Governo sobre o Palácio de Belém, Cavaco Silva declarou desconhecer "totalmente a existência e o conteúdo do referido e-mail", afirmando ter "sérias dúvidas quanto à veracidade das afirmações nele contidas".

Cavaco considerou ainda que "foram ultrapassados os limites do tolerável e da decência" e por isso viu-se "forçado" a partilhar em público a interpretação" que fez sobre "um assunto que inundou a comunicação social durante vários dias sem que alguma vez a ele eu me tenha referido, directa ou indirectamente.", apelidando de "graves manipulações"